terça-feira, 7 de setembro de 2010

Jogando ao vento...

Depois de muito tempo - meses talvez - sonhei com você. É engraçado como sinto sensações agradáveis de poucas coisas vividas há tanto tempo atrás. Sinto como se o sonho fosse um momento real, pena que nele acontece o que sempre acontece com tudo na vida: a despedida! Mas é uma despedida suave, quase gostosa de sentir... não é amarga, nem triste.
Os tempos eram outros, vivi mais de fantasia do que de realidade e foram fantasias intensas que os fatos reais chegavam a causar sofrimento, mas mesmo o sofrimento era um sinal de estar vivo. Naquele tempo sabia lidar com a frustação menos ainda do que hoje também não sei. A maturidade que a idade traz a cada dia não me impede de fantasiar e menos ainda de sonhar, nem mesmo de reviver fantasias de outrora mesmo que em sonhos durante uma noite onde o corpo descansa em dia de trabalho intenso.
O sonho, a fantasia, o não vivido, o não experimentado, a dúvida e a curiosidade estiveram presentes comigo até os dias de hoje e talvez continuem me acompanhando. É estranho pensar que estivemos tão perto e tão distantes.
Hoje, se te reencontro não o reconheço. talvez seja porque muito do idalizado e fantasiado já não existe mais. É estranho escrever isso, mas já tive sonhos onde sentir o seu abraço era de fato "real". Acordava e abria os olhos devagar e era como se naquele momento você partisse.
Não me importo sobre o que dizem as teoras Freudiana ou Junguiana sobre os sonhos (não agora enquanto escrevo este texto), mas sonhar com você me traz saudade, boas lembranças, a lembrança de que ainda é possível "sonhar" e às vezes tristeza e insegurança entre tantos outros sentimentos que nem consigo descrever. As coisas se misturam dentro de mim e me vem à cabeça dias e fatos muito particulares e peculiares de "pedacinhos de felicidade".
A única vez que escrevi sobre isso tudo, não reli, nem rasguei ou queimei. Escondi! Mas guardei tão bem guardado que nunca mais fui capaz de cncontrar. Talvez este tenha sido o erro. Guardar tão bem guardado coisas que deveriam ter sido jogadas ao vento mesmo que o vento as afastasse e não as trouxesse de volta.



Texto escrito em Julho de 2010 antes das coincidências posteriores que ainda iriam acontecer.