quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Só quero cantar isso agora...


Não se admire se um dia
Um beija-flor invadir
A porta da tua casa
Te der um beijo e partir
Fui eu que mandei o beijo
Que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo
Ai que saudade de ocê


Se um dia ocê se lembrar
Escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio
Com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo
Quero matar meu desejo
Te mando um monte de beijo
Ai que saudade sem fim


E se quiser recordar
Aquele nosso namoro
Quando eu ia viajar
Você caía no choro
Eu chorando pela estrada
Mas o que eu posso fazer
Trabalhar é minha sina
Eu gosto mesmo é de ocê


Música: Ai Que Saudade D'Ocê
Intérprete que eu gosto: Geraldo Azevedo
Composição: Vital Farias
Motivo da postagem: saudade...
Foto: meu pé rumo à Floripa - Nov/2009

domingo, 17 de outubro de 2010

Trocando e muito...

Passado alguns dias após o EREP (Encontro Regional de Estudantes de Psicologia), pensei que fosse a hora de externar em forma de texto as minhas vivências neste XIX EREP SUL – “Trocas e Possibilidades: Dá de ver se fica Ação”.
Hoje de manhã acordei com uma ligação super eufórica e gostosa de alguém querendo trocar e trocar sobre as vivências Erepianas recentes: sim, era o Abelha! E conversamos, e interligamos, e fomos e voltamos, desconstruímos e remontamos e por fim trocamos e vimos diversas possibilidades.
Esse foi meu quinto EREP e nunca antes na história deste país (um trocadálhozinho) eu saí tão bem e com menos ‘Depressão Pós Erep’. Mas não foi por menos vivências, ou menos afetações, talvez foi por esse tema ter me possibilitado trocar e ver que sempre é e será possível continuar trocando. Pra mim, não é mais possível separar Corep, Erep’s e relações de amizade e eu mesma nem queria aprender a fazer essa dicotomia.
Desde meu primeiro EREP venho encontrando pessoas e fortalecendo essas redes construídas sem impedir que outras pessoas se agregassem a essa rede social. Talvez em nenhum Erep anterior tive tão nua quanto esse, estava nua e vazia o que me possibilitou pintar-me de qualquer cor e encher-me de qualquer “coisa”.
Dessa vez não teve chuva de flores amarelas ou de temporal de raios e trovões, mas teve um imenso sol que aqueceu o evento todo e todas as pessoas, mesmo aquelas que em momentos estiveram mais distantes ou aquelas que nunca se ausentaram.
Participei dos TED’s (Trocas e Encontro de Diversidades: atividades equivalentes à mesas redondas), participei também dos EROS (oficinas), de ELFOS e de conversas informais e vi quanto legítimo é esse espaço de troca. Nunca tive dúvida de que o EREP era isso e pra quem ainda não consegue compreender esse espaço diverso, ou que não consegue fazer uma ligação de como isso vai colaborar para a prática profissional, ou vai ser útil de fato, pense da seguinte forma: viver trocando e possibilitando, num mundo além do EREP, é possível sim!
Ver as diversas coisas que acontecem no EREP e respeitar mesmo não concordando, desformar conceitos cristalizados, ver outras formas de fazer e ser, é fundamental pra uma prática profissional em Psicologia.
Vivemos num mundo onde as regras e normas sociais tendem a modular, rotular e colocar cada um num espaço, num nome, numa caixa, seja na escola, na universidade, nos espaços onde trabalhamos e resistir, ou ver que somente isso não é suficiente é maravilhoso e o EREP sempre me propiciou isso, porque junto com outros diversos eu também construí isso.
Ter somente consciência disso não basta! É preciso ter ações, e creio (ao menos venho tentando) que minha prática profissional tem sido pautada muito nessas coisas construídas não somente, mas também em EREP’s – em especial eu afirmo!
Queridos que lerem esse texto ou que não lerão mas estiveram presentes nessa construção coletiva que foi esse EREP: sigamos trocando, vendo diverso e vide verso, se afetando com as pessoas, "as coisas todas" desse mundo, afinal é assim que a gente consegue construir um espaço “mais bacana de se viver” pra nós mesmos, quiçá para outros também.


Segue num post abaixo o texto que escrevi para o primeiro TED, o qual fui uma dos três fomentadores deste espaço.

Bjux...Flavinha

Texto escrito ao som de Bob Marley

XIX EREP SUL - TED 1: Para além da Ilha, há o Encontro, ou: Das trocas possíveis...

Esta postagem está totalmente interligada com a postagem mais acima neste blog intitulada de "Trocando e Muito" e se refere ao texto que escrevi para o primeiro TED que abriu as discussões do XIX EREP SUL - Encontro Regional de Estudantes de Psicologia - Sul, que aconteceu de 9 a 12 de outubro, em Floripa, na UFSC sob o tema: Trocas e Possibilidades: Dá de ver se fica Ação .
O TED é uma atividade equivalente as mesas redondas dos eventos 'convencionais' e significou neste evento 'Trocas e Encontros de Diversidades'.
Tal TED tinha como nome: “Para além da Ilha, há o Encontro, ou: Das trocas possíveis” e foram fomentadores deste TED, Eu (Flavinha) e mais dois professores universitários, o Fábio Dal Molin e a Denise.
Segue então abaixo o texto que fiquei de compartilhar com algumas pessoas:



Quando recebi o convite para ser fomentadora deste TED (Trocas e Encontro de Diversidades) fiquei imensamente feliz, mesmo que no momento do convite, este não vinha com descrição de tema nem data e horário, era apenas um convite durante uma TROCA de momentos, emoções, tudo muito coletivo, num feriado de independência.
Posteriormente quando recebi formalmente o convite, com toda a descrição necessária para a construção dessa fala, li o nome todo deste TED e comecei a pensar em que falar ou como falar das coisas que o Coletivo Regional de Estudantes de Psicologia da Região Sul tinha necessidade de ouvir após o longo caminho percorrido até a construção deste evento: XIX Encontro Regional de Estudantes de Psicologia da Região Sul (EREP-Sul).
Iniciei pensando no nome do TED partindo do princípio da representação que este título me trazia, interligando o nome geral do evento: “Trocas e Possibilidades: Dá de ver se fica Ação”.
Quando participei do meu primeiro EREP ainda como estudante em formação na graduação, fazendo parte também da construção coletiva do mesmo, no ano de 2005, cujo o tema era “Interligando Experiências”, a idéia principal do grupo naquele momento nada mais era do que “TROCAR EXPERIÊNCIAS E PENSAR EM NOVAS POSSIBILIDADES” mesmo sem saber que experiências seriam essas e que possibilidades iríamos ver, perceber, encontrar ou desejar desde então.
Hoje, passados quase cinco anos, estamos aqui (eu e vocês) edificando mais uma vez coletivamente nesse espaço, conhecimentos que após o termino do evento irão para “ALÉM DA ILHA”.
Segundo Maturana (um Chileno que prega a ‘Biologia do Amar e do conhecer para a formação humana) ‘os seres vivos são entes dinâmicos autônomos em contínua transformação em coerência com suas circunstâncias de vida. Para ele tudo o que é humano se constitui através da conversa’. Conversar é TROCAR informações entre duas ou mais pessoas. E TROCAR é partilhar, compartilhar, participar de, é a transação entre duas ou mais partes.
Pois bem, é na troca que encontramos POSSIBILIDADES e tais possibilidades é “aquilo que pode acontecer”, ‘é a capacidade ou ato de fazer algo’. Este EREP é uma possibilidade diante das inúmeras outras que se encontra durante a graduação, onde estudantes de Psicologia podem por conta própria se inserir e construir através das conversações e das trocas coletivas um espaço onde sempre está presente a diversidade.
A DIVERSIDADE é existência de diferentes formas, é a variedade e convivência de idéias, são características ou elementos diferentes entre si, em determinado assunto, situação ambiente, ou ser vivo.
O ser humano é gregário desde sua existência e isso se deu inclusive para a própria perpetuação da espécie humana. Embora muitas vezes necessitamos de momentos isolados, na nossa própria ilha repleta de subjetividades, é nas relações (nas trocas) que o indivíduo se constitui. É nos encontros relacionais que aprendemos, criamos e recriamos as possibilidades.
Ainda recorrendo a Maturana, são as emoções que definem o espaço relacional no qual ocorrem as nossas ações. É por isso que ele transforma os substantivos linguagem e emoção em verbos: o linguagear e o emocionar. Sendo assim o conversar é um fluir na convivência, no entrelaçamento do linguagear e do emocionar.
As emoções são fundamentais na evolução de todos os seres vivos, pois definem como será os seus fazeres. O emocionar – o fluxo das emoções – vai definir o lugar em que vão acontecer as coisas que fazemos na nossa convivência. Isso se dá desde as nossas primeiras relações estabelecidas, aquelas que ocorrem dentro de nossas famílias (pensando aqui família como um conceito amplo e não somente família nuclear: pai, mãe e filhos) até as relações que vamos estabelecendo dia a dia na fase adulta, incluindo aquelas que estabelecemos no meio acadêmico.
Quando escolhemos uma profissão e ingressamos na academia, encontramos um aparato institucional montado, com algumas regras e conceitos cristalizados. A formação em si, se dá através das trocas coletivas, entre o aluno, o professor e a instituição, além de outros espaços que o aluno vai vivenciar durante este processo.
A formação do psicólogo vai possibilitar o estudo do comportamento humano, seja com ele mesmo ou com o meio em que eles está inserido, compreendo os processos mentais e as relações que este estabelece, tudo isso a partir de várias teorias, autores, formas e conteúdos. O aluno não deverá, portanto estar inerte a esse processo: é preciso movimento.
Sendo assim proponho para os grupos que serão formados, os seguintes disparadores para as trocas:

O EREP é um espaço legítimo de troca?
E ainda: como essa vivência pode contribuir para a formação profissional?
Como vocês, a instituição que vocês estão inseridos e os professores estão se relacionando no cotidiano deste processo de formação?
Vocês estão afetados por essa discussão?
Que encontro é esse, que trocas serão possíveis e o que levaremos para além da ilha?