quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Vó...

Foste a tanto tempo e lavaste
contigo a magia do meu Natal.
Ainda lembro de cada detalhe seu,
do rosto as vezes cansado e da voz doce
no meu ouvido... as vezes dormindo sinto seu beijo no meu rosto e acordo feliz por por te encontrar, mesmo que agora seja só em sonho...


Saudade da minha vózinha Zilda

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Vontade de tudo....

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Vontade de gritar!

Vontade tudo: gritar espernear, correr, saltar, ficar, ir.

Que loucura é a cabeça de alguém que sabe que não quer ficar e nem sabe pra onde quer ir (não sabe em partes). Sabe que não gosta disso, mas não sabe mudar o “disso” nem o “aquilo”.

Vontade de cantar, sorrir, dançar, beijar, amar...vontade que dá e passa...desejo que fica e corpo que não mexe, paralisa.

Vagas são as idéias profundas que passam pela minha cabeça, que há todos os dias insistem em me perseguir... eu também as persigo.

Basta ler uma frase perdida num lugar achado pra que tudo na minha cabeça mexa, pra que o corpo sinta, pra que me culpe, me julgue e me condene. Ahhh essa autopunição. Essa autopunição que deve ser feita sim, pois só a sinto por não ter feito aquilo que deveria, é “aquilo” mesmo.

E os outros “aquilos”, de que me adiantou? Pra que serviu além do prazer e dos bons sentimentos momentâneos? O que eu faço agora com os “pós”, com os “ e agora beibe” que martelam em minha cabeça?

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Aqui eu grito, falo, escrevo, penso, choro, coloco o que sinto e por enquanto não pago..aliás pensar em pagar acaba comigo.

Vontade de morrer e viver. Ficar e ir. Ter e não ter. Sentir e não sentir. Vontade de tudo e de nada. De todos e de ninguém.

Quantos paradoxos, antíteses...vontade de escrever e de parar.

Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

domingo, 15 de novembro de 2009

História pra dormir...ou sonhar...

Era pra ser uma estorinha pra dormir e se tornou uma história baseada na história mais real e recente que eu vi e vivi...



Era uma vez uma mulher bacana. Teve dois filhos: um legal e um chato. O chato só não era mais chato porque de vez enquando rolava (hauahuahuahuahuahauhauhaua).
Ele parecia um cantor. O chato era tão inconveniente que atrapalhava uma modesta escritora que tentava contar histórias. Ela se perdia no caminho e ria das próprias coisas que escrevia.
Um dia a modesta escritora, que era pouco bonita, mas muito inteligente, quis conhecer mais de perto o chato que rolava. O chato não titubeou e foi ao encontro da escritora de escritices de balelas. Para que o encontro fosse possível, eles precisaram atravessar uma ponte e deixar pra trás tudo que para eles era de fato o seu mundo real, por isso escolheram a ilha... conhecida como ilha da magia, misteriosa e cheia de segredos.
Na ilha, ainda num espaço muito central, mal podiam perceber o quanto tudo aquilo faria diferença em suas vidas - mesmo que no imaginário de cada um. E lá se foram... ao lugar que seria considerado o ninho do chato e da escritora.
O chato achava chato ser chato, mas era o que ele era, a escritora não podia mudar. Então lá se foram: de condução em condução, de informação a informação... de erro em erro....apertados, no calor, no meio dos sotaques, nacionais e estrangeiros até que finalmente encontraram o que seria considerado em dois dias e duas noites como sendo "O LUGAR".
No começo, tímidos. Sorriam, pareciam felizes embora tudo aquilo fosse novo pra ambos. E bastou pouco tempo pra que os dois já estivessem entrelaçados um ao outro. E não foi somente um entrelace de carne, corpo, foi mais que isso: tinha sorriso, tinha humor, tinha alegria, tinha mar, lua, sorvete, areia, fotos......como escrever aqui tudo que lá tinha, se só quem sentiu pode compreender de fato tudo que aconteceu?
E a escritora de balelas acordava com o chato, que nunca foi chato de verdade, chato era a forma com que ela tentava se afastar e quanto mais se afastava, mas junto estava. E ao acordar tudo era bom e feliz... Em um curto espaço de tempo foi como se os problemas e as coisas ruins não existissem, como se tudo tivesse ficado antes da ponte...e de fato ficou! Só não foi bom a despedida....tudo que é bom dura pouco mesmo. O chato despediu-se, foi embora. Subiu no ônibus e a escritora não quis ver. Dias depois, ela também despediu-se da ilha e ao passar a ponte um pedacinho de tudo veio junto. Não foi possível deixar tudo lá - ainda bem.


Essa história não tem fim, está sendo escrita a cada dia, pelo chato e pela escritora - como deve ser!
A Escritora pede desculpas ao chato pela ansiedade de não poder esperá-lo pra escolher juntos as imagens, mas manda beijos de saudades.


=***

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

As Chuvas de Afetações...

A primeira chuva era suave, alegre
tinha cheiro de reencontro
eram flores amarelas caindo sobre as barracas,
sobre as cabeças...lindamente...
As flores se misturavam com os afetos



e afetava com sua beleza
as pessoas que por algum motivo
REMONTAVAM sentidos em um acampamento.
A segunda chuva não era triste,
era como se remontar os sentidos
precisasse de um banho...para lavar o que passou
e preparar a terra para brotar tudo que foi bom de novo.
Agora, aqui, longe das duas chuvas que outrora caíam
e molhavam todos os meus sentidos
sinto saudade de tudo...das pessoas, dos afetos,
da remontação, da chuva, do cheiro, do gosto,
dos toques, dos sorrisos e de tudo que lá afetava.




Texto começado em 12/12/09 antes das 10:30 da manhã quando a água molhava a minha barraca e finalizado em 23/10, quando eu fui ao encontro desse texto rabiscado na minha agenda.
Fotos de pelo menos três câmeras, três afetos e três percepções diferentes...
XVIII EREP Sul
Londrina PR
09 a 12 de outubro de 09

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial...


MARCHA DOS USUÁRIOS A BRASÍLIA – POR UMA REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL
30 de setembro de de 2009
Que Brasília e todos os sistemas do País possam ouvir a 'nossa voz' (eu naum vou tá lá, mas vou tá aqui como sempre).
Ainda há muito a se fazer, mas pelo fortalecimento da saúde mental no SUS, por políticas publicas de saúde mental efetivas de fato que visem a reinserção social e o naum encarceramento e a exclusão, que essa voz seja ouvida.
IV Conferência Nacional de Saúde Mental....vai ser quando mesmo???? Em breve, espero!
BOA MARCHA PROS MARCHADORES LÁ, OS VIRTUAIS E OS QUE FAZEM DA SUA PROFISSÃO UMA PRÁTICA VOLTADA PARA A HUMANIZAÇÃO EM TODOS OS SERVIÇOS DE SAÚDE MENTAL.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Estela III

Estela acorda ainda com sono, depois de uma noite de dor de cabeça e de avaliações nada positivas a seu respeito, toma banho, se arruma rápido e sai...
Em busca ao certo não sei de que, mas confia na pessoa que mais ama e cegamente e ainda adormecida segue.
A companhia era divertida, as músicas eram no mínimo engraçadas e até dava vontade de dançar.
O tempo demorava a passar, mas em busca de palavras de conforto, de fé e da esperança de ainda ter esperança, espera.
Ouve música, olha para o lado, parece inacreditável, mais passou um velhinho vendendo algodão doce...algodão doce a lembra sonho, nuvem, viagem e tem um gostinho de infância que talvez só outro doce fosse capaz de lhe trazer.
E apareceu! Acreditem, um homem vendendo churros na rua com chocolate granulado na ponta... uma delícia...deveria ser – Estela ficou só com o gosto de algodão.
E Estela viaja, nem as preocupações de ontem a incomodavam, nem os sonhos perdidos no caminho a abalavam naquele momento, a sua redominha era um carro com as janelas abertas com o vento batendo no seu rosto e sua alegria e viagem única era uma caneta laranja e uma agenda cheia de linhas preenchidas pouco a pouco.
Eram nas linhas que suavemente o tempo foi passando e que a ansiedade se perdeu.
O dia era quente, o vento era gostoso, o céu estava azul com nuvens branquinhas parecendo pedaços de algodão. Estela teve vontade de chegar lá em cima, nas nuvens ... deitar nelas, correr entre elas, ser aparada e acolhida.
Nesse momento, Estela sente sono, boceja e o texto se desenvolve quase instantaneamente com seu sono que insiste em se aproximar. Estela pensa em parar, ainda não chegou a sua vez mas falta pouco.
Finaliza e só depois do fim é que vai fechar a agenda e guardá-la na bolsa...ahhhh a bolsa de Estela, cheia de coisas. Mas isso é assunto pra outra “viagem” de Estela...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Pensamentos noturnos...

Dormi e acordei com vontade de escrever...e aqui estou!Pensei em tanta coisa que se mexia na minha cabeça antes de dormir e pensando adormeci. Misturá-las aqui naum vai fazer sentido, mas quem disse que precisa fazer sentido? E que sentindo tem o verdadeiro sentido de sentir as coisas, as pessoas e os afetos? Confuso né? Pois bem, gosto de confusão, em especial a mental, que ocorre comigo sempre e imagino eu, aconteça com todo mundo também. Pensei, lembrei, senti saudade: dos de perto, dos de longe, dos que vejo quase nunca, dos que vejo todos os dias, dos que vi uma só vez (o que naum impede de amá-los), do chato e abobado que me alegra,me diverte e me faz companhia (esse chatissimo soh pode me amar, pq naum me larga e eu odeio ele hauhaua), dos que nunca vi, dos que moram aqui, dos que moram lá... Pensei em quantos amigos deixei de dizer "FELIZ DIA DO AMIGO" por desleixo, ou por sei lá o que que me faltou ontem. Aí pensei e lembrei que adoro dizer aos meus amigos que os amo, entaum aos que faltaram um 'simples' feliz dia do amigo ontem, saibam que amo-os além do dia 20 de julho. Pensei na minha família, no andamento das coisas por aqui, na minha mãe, no meu pai, nas minhas irmãs, nos seus amores e anseios e as desejei sorte em pensamento. Pensei no que quero fazer, no que deixo de fazer, pra onde quero ir, quem eu quero ver, quem eu quero sentir, pensei também no ciúmes que meus dois cachorros estão sentindo da cachorrinha nova que chegou aqui em casa no sábado, no ciúme da Berenice (uma galinha aqui de casa) por causa das outras duas galinhas que chegaram ontem (sim nós temos galinhas), no Tonico (o galo, logico, havia de ter um) que ficou feliz, ciscando muito e logo pensei inevitavelmente e instintivamente:"machos" saum todos iguais mesmo, literalmente não podem ver uma franguinha nova. Conversei também com "o cara la de cima"(como diria a xuxa, a rainha dos baixinhos), ouvi uma musica no mp3 que achei chata, desliguei-o e ri das coisas que pensei e dormi....Acordei hoje, escrevi, li, ri e postei....
=D
Bjux pra quem ler e pra quem naum ler tb
OBS: letrinhas azuis que combinam com meus edredons que adoro e porque tenho a impressão que sonhos e pensamentos são azuis.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Não sei...


Ando meio desligado
do avesso,
confeso: confuso!
De pernas pro ar
cabeça pra baixo
olhar distante
pensamento loooonge...
inquietante!
Reprisando,
imaginando,
sonhando...
Voaaando....

terça-feira, 19 de maio de 2009

Loucura, Loucura: Dia Nacional da Luta Antimanicomial...

Hoje foi um dia daqueles em que quase tudo me irritou, mas mesmo assim acho importante escrever aqui algumas das minhas irritações, pelo menos as que se referem ao dia de hoje (ontem na verdade): DIA NACIONAL DA LUTA ANTIMANICOMIAL.
Acho que todo mundo por aqui sabe que eu sou psicóloga - aos que não sabiam, agora sabem! – e diferente do ano passado que escrevi sobre uma pesquisa minha na área de saúde mental, resolvi contar algumas coisinhas que tenho lido e vivenciado como profissional (e também como gente que sou), coisinhas essas tão reais quanto os dados da pesquisa anterior:
Em poucas palavras a Luta Antimanicomial (L.A.) é um movimento social que propõe uma sociedade sem manicômios com serviços substitutivos aos hospitais psiquiátricos ‘tradicionais’ (que acreditem, ainda existem sim), visando romper com toda a forma de pré-conceitos e de exclusão social que estão submetidos os portadores de sofrimento psíquico dentro da nossa sociedade, seja no contexto socioeconômico, seja nas formas de comunicação, seja ao acesso às políticas públicas de saúde ou as redes relacionais e afetivas, incluindo o núcleo familiar, bem como a reinserção social dos mesmos com os devidos direitos que lhe cabem como cidadãos. Esse movimento é formado por profissionais da área da saúde mental, usuários e familiares de usuários dos serviços de saúde mental ou apenas pessoas que concordem com a causa que é na verdade social. Lembrando que o portador de sofrimento psíquico podem ser EU, VOCÊ, ELES, NÓS, os depressivos, os ansiosos, os esquizofrênicos, paranóicos, etc.
Caso 1: Certa vez (ano passado) uma paciente minha (ou cliente, como queiram) me disse chorando em uma sessão de psicoterapia que não vinha se sentindo respeitada pelo seu psiquiatra - “Dr” renomado na cidade onde moro – disse que ele lhe dava as costas quando ela falava, girava na cadeira e dizia a ela que estava cansado de ouvir as histórias dela, entre outras palavras bizarras. Mesmo que fosse um delírio da minha paciente eu respeitaria e faria o q eu fiz, mas sabendo que não era falei a ela da Lei 10.216 que visa restabelecer diretos civis do portador de diagnostico de transtorno mental, bem como respeito aos mesmos entre outras coisas. Na semana seguinte minha paciente chegou apavorada ao meu consultório falando que ao mencionar a Lei 10.216 ao Dr Psiquiatra ele voltou-se para ela enfurecido chamando ela e eu de louca: “VOCÊ E SUA PSICÓLOGA SÃO DUAS LOUCAS”. Não vou aqui nem discutir as questões éticas, mas pergunto: ser louca é não ser ignorante como esse “renomado” e pseudo Doutor? Se for isso EU AMO SIM SER LOUCA!
Caso 2: Estou eu no ônibus quando uma paciente me liga no celular aos prantos dizendo que vai se matar (ela é uma suicida de fato). Converso com ela o suficiente para acalmá-la até que eu chegue ao CRAS (Centro de Referencia de Assistência Social) onde trabalha uma amiga minha, psicóloga também e que atende pelo programa diretamente a família desta paciente fazendo inclusive visitas domiciliares. Vamos até a casa dessa paciente e ao chegarmos nos deparamos com ela em crise, aos prantos, delirando, alucinando, sem comer e com uma filha adolescente sem saber o que fazer.
Fizemos um acolhimento até que ela se acalmasse e fomos atrás de recursos imediatos. Sabendo que o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) não atende pronto atendimento, somente com hora marcada, pela manhã e as próximas consultas serão agendadas somente daqui a três meses (além de alguns trabalhos específicos realizados com portadores de sofrimento psíquico), fomos ao Pronto Socorro tentar conversar com o médico da paciente para uma internação, que naquele momento era necessária. O médico do Pronto Socorro disse que não podia fazer nada, aliás, ELE NEM SABIA O QUE FAZER EM CASOS COMO ESSES. Conseguimos contato com o médico psiquiatra da paciente por telefone que perguntou se a mesma tinha Unimed, caso contrário não poderia interná-la na única Clinica Psiquiátrica da cidade que fica dentro de um Hospital Católico que estava lotada. Obviamente que se a paciente é atendida pelo CRAS, e faz psicoterapia com a Psicóloga que presta serviços para a Secretaria de Saúde da cidade (que sou eu), ela não tinha Unimed. O médico então concordou (e mesmo que não tivesse concordado nos teríamos levado ela assim mesmo) que ao menos ela fosse levada ao Pronto Socorro para fazer uma medicação pra quem sabe, se tivesse “necessidade” e uma vaga sobrando, ser internada na Clinica Psiquiátrica (porque como vocês sabem, NÃO HÁ LEITOS PSIQUIATRICOS EM HOSPITAIS GERAIS). Voltamos até a casa da paciente, levamos ela até o Pronto Socorro onde encontrou uma Técnica de Enfermagem que lhe abraçou e lhe acolheu por já saber do caso por nós duas psicólogas. No outro dia ela foi liberada pelo médico que disse a ela que não podia lhe atender porque não atendia mais pelo SUS e que não havia vaga na Clínica Psiquiátrica. Precisam de mais detalhes para compreender a situação da saúde mental na minha cidade? E tenho certeza, em outras cidades acontecem coisas tão semelhantes senão piores.

Não bastasse tudo isso eu ainda tenho que ler o Poeta Ferreira Gullar (que tem 2 filhos portadores de sofrimento psíquico) dizendo que essa Lei 10.216 é uma lei idiota e que deve ser revogada porque ela acabou com Hospitais Psiquiátricos Públicos – HOSPITAIS ESSES QUE ATENDIAM DE FORMA DEGRADANTE E DESUMANA E QUE RECEBIAM GENEROSAS VERBAS GOVERNAMENTAIS QUE ENXIAM OS BOLSOS DOS GESTORES. Ele também falou outras coisas interessantes e até paradoxais (eu gosto de paradoxos) como ser um absurdo dizer que muitas famílias internavam seus familiares para se livrarem deles (ISSO AINDA ACONTECE PORQUE EU JÁ VI) e que por conhecer muitos hospitais privados e públicos psiquiátricos sabe que eles não são tudo isso que dizem, neles NÃO HÁ CÁRCERE E NEM SOLITÁRIAS. Porém no mesmo texto que o poeta escreveu à folha de SP ele disse que as novas medicações fizeram que as clínicas perdessem o caráter carcerário (ENTÃO ELE JÁ CONHECEU UMA CLÍNICA ASSIM, COM TAL CARÁTER?) para se tornarem lugares semelhantes as casas de repouso ( engraçado que a última Casa de Repouso que eu conheci e fiz estágio foi fechada pelo Ministério Publico por não atender as exigências mínimas para atender portadores de sofrimento psíquico e lá também amarravam as pessoas que eram mais “agitadas’ e que “não sabiam se relacionar” com os demais moradores, os internos também tomavam banhos frios por “queimarem muito o chuveiro” para pegar água quente para tomar chimarrão).
O poeta também falou de Clínicas Particulares, onde tem sala de jogos, cinema entre outras coisas desse tipo (essa de fato não conheço, mas não duvido que existam, só duvido que aceitem por caridade alguém que não tenha como pagar). Bom, bem se vê que ele vive em outra realidade!

Ainda há muito a ser feito e mesmo que as práticas em saúde mental e os serviços substitutivos deixem de serem excludentes, as pessoas ainda podem permanecer excludentes, por falta de informação e conhecimento sobre as doenças mentais e as pessoas que possuem diagnóstico de sofrimento psiquico.
Torna-se cada vez mais necessário permear discussões acerca do tema saúde mental, já que a Reforma Psiquiátrica pressupõe falar na gradativa substituição do sistema hospitalocêntrico de cuidados às pessoas que padecem de sofrimento psíquico, por uma rede integrada de variados serviços que substituam o modelo hospitalocêntrico de “cura”. A reforma psiquiátrica pressupõe várias mudanças através da capacidade e a disposição dos familiares e da comunidade em conviver com o portador de sofrimento mental, uma vez que é nestes ambientes que, efetivamente, deverá ocorrer a principal reforma.
OBS: Eu não participei da caminhada do orgulho louco em São Paulo, mas EU TENHO ORGULHO LOUCO!
Viva a diferença....

domingo, 10 de maio de 2009

Estela II...

Estonteante, estranha, examinadora, espirituosa, esquisita, excêntrica, estupefata, exaltada, egoísta, evitável, exclamativa, envolvente, exacerbada, esbaforida, eventual, eclética, evaporável, eufórica, excedente, escreve, exilada, evasiva, evidente, exagerada, esquecida, evoca, eterna, evolui, entusiasmada, entre outros ES e Ex e E...
Imagem: foto do quintal da minha casa tirada por Rubia

terça-feira, 31 de março de 2009

Relações e Afetos

Não acredito nas relações, acredito no afeto.
Aqui não cabe julgar, o que vale é a percepção seja ela coletiva ou não, vai variar, depender de cada visão (rimou até sem intenção).....
Para mim todo o processo de 'relacionar-se' está à beira da falência, caindo pelas tabelas mesmo, mal das pernas como se diz popularmente e o porquê disso? Bom, não sei!
Vamos ver se eu lanço umas idéias (paradoxais como sempre) nesse texto e tento compreender melhor tal processo.
Relacionar-se de acordo com as várias referências encontradas significa interação social, conjunto de pares ordenados (sejam números ou humanos), conviver com pessoas, tratado social com alguém (gostei desse significado), sendo que tratado significa ‘acordo formal entre duas ou mais partes’... OPA é aí que a ‘coisa pega e aperta’: acordos!
Acordos, combinações, ajustes, contratos: tudo parte integrante e intrigante das relações, sejam elas entre pais e filhos, filhos e pais, amigos, namorados, casados, separados, parentes, vizinhos e o diabo a quatro. E aí as pessoas andam se relacionando de forma meio estranha, faltando às vezes ajustes ou excedendo-os toda hora numa paranóia sem fim e colocando fim nas relações por falta de disso ou daquilo, ou sobras disso ou daquilo.
Hoje por exemplo já pensando em escrever esse texto, conversando com um amigo meu li a seguinte frase: (...) pô complicado. Eu gosto do meu pai porque ele é meu pai, mas minha relação com ele é a pior possível (...). Outro exemplo que posso usar antes de seguir adiante é pensar em porque duas pessoas decidem namorar (e seguir adiante posteriormente se quiser)? Eis que surge o AFETO!
O Afeto pode ser ligeiramente definido como apego, afeição, carinho, agrado, emoção, amizade, ternura, dedicação e até o amor (acreditem ou não). Sentir afeto ou ser afetado por afeto por alguém só é possível se relacionando, interagindo, conhecendo, envolvendo-se e por aí vai e até aí tudo bem. A falência das relações então pode estar na forma como as relações vão se constituindo, construindo e instituindo. No exemplo do pai e do filho acima citado não basta afeto para que se estabeleça uma boa relação, e no exemplo de casais, aí então, afetos definitivamente não são suficientes.
É extremamente paradoxal o fato de saber ou pensar que afetos depende das relações e as relações não necessariamente dependem só de afetos, chato isso não? E aí começa o vai e vem de relacionar-se, afetar-se e entra o tal do tratado de novo, e começa uma relação e termina-se outra....nossa é de cansar!
É divertido, mas cansa.
É bom, mas enche o saco.
Pensar em tudo isso é muito doido, chega ser bem interessante e como não tenho nenhuma pretensão de concluir algo ou definir e estabelecer a melhor forma de fazer isso ou aquilo, finalizo esse texto com a frase de uma amiga (Giana) que li hoje durante uma conversa por msn que dizia o seguinte: porque não me botaram no nível mais fácil desse jogo maluco??
Aos meus queridos afetos

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

...

Há quem escolha fugir a todo instante de si mesmo
preferindo assim, acreditar que vivendo em sua redoma é a melhor coisa a ser feito...
Não bastasse a sua redoma, há ainda um muro a frente de si mesmo o qual acredita que é este que lhe torna forte.
Mal sabe ele que o muro fragiliza e a redoma só lhe impede de viver....
Viver escondido e fechado sufoca, irrita, enfraquece, escurece, entristece....mortifica!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Estela I...

Estela é amiga de Teresa.
Com suas esquisitices gostosas e 'des'gostosas
questiona sobre si quase todos os dias!
Ao deparar-se com o não encontro,
sofre com a alta pressão que
existe entre o céu e a terra.
Estela gostaria de voar, mas ainda não
tem as tão sonhadas asas que por vezes
existe em suas utopias.
Estela é lagarta e sabe que já deveria ser borboleta...